sábado, 20 de agosto de 2011

Maconha: Polemiza-se muito. Discute-se pouco.

A legalização da maconha é um assunto cada vez mais presente na sociedade. E à medida que a discussão sobre o tema cresce, aparecem grandes personalidades contra e também a favor, como o, ex-presidente, Fernando Henrique Cardoso. Segundo ele, a descriminalização da maconha seria uma maneira mais inteligente de combater o tráfico, pois considera que a ‘guerra’ que o Estado trava contra as drogas está perdida. Mas, sem levar em conta conservadorismos e liberalismo demasiado, eu pergunto: Será que o Brasil tem estrutura para uma mudança dessas?

Debater um assunto polêmico como esse é sempre difícil. As pessoas, querendo ou não, são influenciadas por suas emoções, convicções morais, experiências próprias. A discussão passa a ser afetada quando esses sentimentos se tornam opiniões fundamentalistas e imutáveis, seja reprovando ou defendendo algo.
A legalização da maconha, como toda mudança, tem pontos positivos e negativos. Muitos dizem que é a porta de entrada para drogas mais pesadas. Não sejamos hipócritas, por que o álcool e o cigarro não se encaixam nisso?  Nossa sociedade tem altos níveis de tabagismo e consumo de álcool. Drogas estas, que apesar de lícitas, também podem ser taxadas como porta de entrada para outras.
  Mas também não podemos ser utópicos dizendo que se a maconha for descriminalizada, o problema das drogas estará acabado e a sociedade não sofrerá nenhum efeito colateral ruim. É claro que sofrerá.  O tráfico não deixaria de arrecadar o que arrecada com a maconha, o mais previsível é que ele ache uma forma de repor esse dinheiro, sendo aumentando seqüestros, roubos, e outros crimes do tipo. Há também questões básicas: Como seria tributado?  Como seria o controle?
A falta de debates pontuais sobre o assunto é clara. Infelizmente o que se vê são polêmicas inférteis cheias de idéias extremistas, de ambos os lados. Não acho que a resposta para esse impasse seja um plebiscito, como muitos defendem. Mas é necessário que seja realmente discutido no legislativo, judiciário e executivo, levando em conta a opinião da sociedade, mas da maneira mais neutra e racional possível.
Ao falarmos de questões como essa, voltamos a uma primordial, a educação.  A nossa formação básica é essencial para que saibamos discernir o que é bom e o que não é. A precariedade do sistema de ensino brasileiro influi diretamente no modo como as pessoas lidam com assuntos como este. Enquanto não tivermos uma boa educação não teremos uma boa estrutura para mudanças, que sempre serão mais penosas.

Álvaro J.Jr.

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